terça-feira, 12 de abril de 2011

Coração egoísta








Sempre achei que dentro de mim houvesse um grande coração,


Um grande coração onde coubessem as coisas do mundo:


Seus automóveis, suas casas, suas fábricas, suas gentes.


No entanto, como eu estava enganado!


O mundo era tão grande,


E tão pequeno era o meu coração


Meu pobre coração que tanto se orgulhava de pulsar e me manter vivo.


Pequeno era meu modo de ver, que a tudo apequenava


Transformando A mim mesmo num Golias,


Triste Golias que tão mal se adaptava às coisas da vida.






Não, meu coração não era grande –


à duras provas cheguei a essa conclusão.


Nele, não cabia sequer o pedaço de céu,


Um sorriso de criança,


O grito da mãe que descobre o filho morto.


Espaço não havia para as enormes filas de indigentes


À espera de um prato de comida.


Meu coração era egoísta: nele, só cabia você e mais nada.

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