Sempre achei que dentro de mim houvesse um grande coração,
Um grande coração onde coubessem as coisas do mundo:
Seus automóveis, suas casas, suas fábricas, suas gentes.
No entanto, como eu estava enganado!
O mundo era tão grande,
E tão pequeno era o meu coração
Meu pobre coração que tanto se orgulhava de pulsar e me manter vivo.
Pequeno era meu modo de ver, que a tudo apequenava
Transformando A mim mesmo num Golias,
Triste Golias que tão mal se adaptava às coisas da vida.
Não, meu coração não era grande –
à duras provas cheguei a essa conclusão.
Nele, não cabia sequer o pedaço de céu,
Um sorriso de criança,
O grito da mãe que descobre o filho morto.
Espaço não havia para as enormes filas de indigentes
À espera de um prato de comida.
Meu coração era egoísta: nele, só cabia você e mais nada.
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